Antigo Egito (português brasileiro) ou Egipto (português europeu) foi uma civilização da antiguidade oriental do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as regiões ao sul do Egito (hoje no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália) são uma parte. Tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto Oriental Africano e a sul a primeira catarata do rio Nilo.[2] O Egito Antigo foi umas das primeiras grandes civilizações da humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.
A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3150 a.C.[3] com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó, e se desenvolveu ao longo dos três milênios.[4] Sua história ocorreu três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários. O Antigo Egito atingiu o seu auge durante o Império Novo, uma era cosmopolita durante a qual o Egipto dominou, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, uma área que se estendia desde Curgos (na Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo) até ao rio Eufrates.[5], após o que entrou em um período de lento declínio. O Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras, neste período final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31 a.C. quando o Egito caiu sob o Império Romano e se tornou uma província romana, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio.[6]
O sucesso da antiga civilização egípcia foi causada em parte por sua capacidade de se adaptar às condições do Vale do rio Nilo. A inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentes, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural. Com recursos de sobra, o governo patrocinou a exploração mineral do Vale e nas regiões do deserto ao redor, o desenvolvimento inicial de um sistema de escrita independente, a organização de construções coletivas e projetos de agricultura, o comércio com regiões vizinhas, e campanhas militares apara derrotar os inimigos estrangeiros e afirmar o domínio egípcio. Motivar e organizar estas atividades foi uma burocracia dos escribas de elite, líderes religiosos, e dos administradores sob o controle de um faraó que garantiu a cooperação e a unidade do povo egípcio, no âmbito de um elaborado sistema de crenças religiosas.[7][8]
As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o levantamento de pedreiras, e técnicas de construção que facilitaram a construções das monumentais pirâmides, templos e obeliscos, um sistema de matemática, um sistema prático e eficaz da medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros navios conhecidos,[9] faiança egípcia e tecnologia com vidro, novas formas de literatura e o mais antigo tratado de paz conhecido.[10] O Egito deixou um legado duradouro. Sua arte e arquitetura foram amplamente copiadas e suas antiguidades levados para cantos distintos do mundo. Suas ruínas monumentais inspiraram a imaginação dos viajantes e escritores há séculos. Um novo respeito por antiguidades e escavações no início do período moderno levou a investigação científica da civilização egípcia e uma maior valorização do seu legado cultural, para o Egito e o mundo.
por: Murilo Almeida
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